Resenha: Magnus Chase e a espada do Verão - Rick Riordan

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Às vezes é necessário morrer para começar uma norva vida... A vida de Magnus Chase nunca foi fácil. Desde a morte da mãe em um acidente misterioso, ele tem vivido nas ruas de Boston, lutando para sobreviver e ficar fora das vistas de policiais e assistentes sociais. Até que um dia ele reencontra tio Randolph - um homem que ele mal conhece e de quem a mãe o mandara manter distância. Randolph é perigoso, mas revela um segredo improvável: Magnus é filho de um deus nórdico. As lendas vikings são reais. Os deuses de Asgard estão se preparando para a guerra. Trolls, gigantes e outros monstros horripilantes estão se unindo para o Ragnarök, o Juízo Final. Para impedir o fim do mundo Magnus deve ir em uma importante jornada até encontrar uma poderosa arma perdida há mais de mil anos. A espada do verão é o primeiro livro de Magnus Chase e os deuses de Asgard, a nova trilogia de Rick Riordan, agora sobre mitologia nórdica.
 Autor: Rick Riordan   Páginas:448   Editora: Intrínseca  ISBN:9788580577952 


Acho que nunca cheguei a falar aqui o quanto amo Percy Jackson e o quanto foi decepcionante ver os filmes que fizeram, mas enfim, quando soube que o tio Rick ia fazer uma espécie de "continuação" da saga do Percy corri para ler só para me decepcionar mais uma vez com o quão ruim foi o primeiro livro dos Heróis do Olimpo, mesmo assim li todo, mas percebi que não tinha a mesma magia da saga do Percy Jackson... Assim mesmo não quis desistir e continuei procurando outros livros do autor para ler que adora abordar vários tipos de mitologia em suas obras, mas a verdade é que nenhuma me conquistou tanto quanto Percy Jackson. Infelizmente.

Anyway, faz um tempinho, mas eu li uma resenha muito boa no Caverna Literária que falava da Espada de Verão e que me fez criar coragem para tentar mais um dos livros do Rick Riordan e deixa eu dizer, minha gente, que ele se garantiu em Magnus Chase, conseguiu até destronar o Percy Jackson - que até então era minha saga preferida de mitologia.
“Meu nome é Magnus Chase. Tenho dezesseis anos. Esta é a história de como minha vida seguiu ladeira abaixo depois que eu morri.”


Magnus Chase é um órfão que passou a morar nas ruas após a morte súbita de sua mãe em uma explosão misteriosa no seu apartamento, dois anos antes. Desde então, ele sobrevive como pode nas ruas e com a ajuda de outros dois moradores de rua, Hearth e Blitz. Tudo estava indo relativamente bem até o momento que ele descobre que está sendo procurado por seu tio e sua prima Annabeth Chase (sim, essa mesmo que você está pensando!). Além de outro tio, Randolph, que sua mãe o alertou veemente para que mantivesse distância. 

Desconfiado com tantas pessoas a procurá-lo dois anos depois de ter virado morador de rua, Magnus se infiltra na mansão de Randolph em busca de respostas e acaba descobrindo muito mais sobre si mesmo e seus antepassados do que gostaria. Como o fato de ser um semideus, que Asgard e os deuses nórdicos são reais e que eles estão se preparando para lutar no Ragnarök. Em uma tentativa de evitar o fim dos tempos, Magnus precisa encontrar um artefato mágico perdido há muito tempo: a Espada do Verão.

Entretanto a tentativa desajeitada de Magnus em recuperar a bendita espada acaba por, bem... matá-lo, mas por ter morrido em batalha ele é levado por uma valquíria, um tanto quanto mal humorada chamada Sam, para Valhala. E Valhala nada mais é que um hotel muito chique para os escolhidos que servirão no exército de Odin e lutarão ao lado dele no dia Juízo Final

E, como não bastasse já estar morto, Magnus parece incapaz de ficar em um lugar por muito tempo sem atrair confusão e em Valhala isso não é diferente. Começam a surgir dúvidas se a sua morte foi heroica o suficiente que põe em risco sua estadia nesse hotel glamoroso, e esse nem é o maior problema, pois no dia da sua morte ele havia conseguido resgatar a Espada de Verão, porém em meio a confusão que foi a sua morte ele a perdeu novamente e precisa encontrá-la mais uma vez antes que caia em mãos erradas.
"Escolhido por engano, não era a sua hora,
Um herói que, em Valhala, não pode permanecer agora.
Em nove dias o sol irá para o leste,
Antes que a Espada do Verão a fera liberte."

Tá, eu sei, esse tipo de enredo nos livros do Rick Riordan não tem nada de novo visto que ele adora contar histórias de semideuses que tem o objetivo de salvar o mundo através de missões, porém a questão inovadora é que, além de nos aprofundarmos mais na mitologia nórdica - da qual eu sabia muito pouco - foi o protagonista. Magnus que parece uma mistura louca de Percy Jackson e Jason (um herói por acidente, loiro, sarcástico e desmemoriado), porém no decorrer das páginas vamos descobrindo que ele é muito mais que isso, até porque Magnus é muito mais irônico e irreverente do que qualquer outro personagem de Riordan. Tirando o fato dele ser um semideus, Magnus é gente como a gente, quero dizer, ele não tenta ser corajoso como vários heróis que conhecemos na literatura em geral e também não é inteligente o suficiente para encobrir esse fator, Magnus nem mesmo é honesto como é ressaltado algumas vezes no decorrer da história, mas ele é leal e sincero e tudo isso foi o suficiente para ganhar um cantinho no meu coração.

"Só para deixar claro, Magnus quer dizer grandioso. Minha mãe me deu esse nome porque nossa família descendia de reis suecos ou algo do tipo, um bilhão de anos antes. Além disso, ela falou que eu era a coisa mais incrível que já lhe aconteceu. Eu sei. Um, dois, três: Ownnnnn."

E você está achando que para por aí? Não mesmo! Só o Magnus seria o suficiente para me fazer continuar a leitura, porém o autor mais uma vez me surpreendeu ao dar representatividade a pessoas que raramente são explorados em infanto-juvenis. Como Hearth, um elfo surdo que tem o sonho de virar um grande mago; Blitz, um anão apaixonado por moda; Sam, uma garota árabe-americana que tem o sonho de ser piloto, e o mais incrível é ver o crescimento desses personagens na obra, especialmente de Hearth.

"- Aos seis anos, comecei a desenhar aviões. Eu queria ser piloto. Quantas pilotos mulheres árabe-americanas você conhece?
- Você seria a primeira.
- Gosto dessa ideia."
Sem falar nas referências. Sério, fiquei tão animada com elas que já estava quase esperando um certo semideus bastante conhecido saltar nas páginas para acabar de vez com o meu coração <3.
"- Sei lá. Alguma coisa que caiba no bolso e seja inofensiva. Uma caneta, talvez? - A espada pulsou, quase como se estivesse rindo. Imaginei-a dizendo: Uma caneta que vira uma espada. É a coisa mais idiota que já ouvi."



E eu sei que muita gente teve uma relação ambivalente com Magnus Chase e os Deuses de Asgard pela semelhança muito grande com Percy Jackson e os Deuses do Olimpo (até os nomes são parecidos!), mas acho que esse detalhe só me fez amar mais o livro, pois eu sentia muita falta de Percy Jackson, mas a sensação que se tem ao ler Magnus Chase é renovadora, pois ao mesmo tempo que é bastante parecido eu não senti como se fosse algo repetitivo! 

Por fim, vale ressaltar que por mais páginas que tenha, e a grossura do livro é realmente um pouco assustadora, em nenhum momento a leitura se torna massante ou cansativa, muito pelo contrário, você termina com aquela sensação de quero mais, é claro, eu particularmente ri bastante, na verdade, eu passei o livro todinho rindo, por isso, fazia o possível para não lê-lo em lugares públicos, apesar disso ser quase impossível. E a única ressalva que fica é: porque você ainda não leu e o que está esperando para começar ;)


"Uma vez me disseram que a bravura de um herói não é algo planejado, mas sim uma verdadeira reação heroica a uma crise. Tem que vir do coração, sem qualquer pensamento na recompensa. "


Daniele Costa
Leitora Compulsiva. Geek. Fangirl. Que tem uma queda por histórias de ficção fantasiosa, especialmente se tiverem aquele ar sombrio, mas que não resiste a um romance fofo. Autora do blog Estante de uma Fargirl.

8 comentários:

  1. Oi, tudo bem? Adorei sua resenha! Não curto mitologia, mas meu namorado adora, já leu quase todos os livros do Rick. Vou indicar pra ele!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  2. Oie Daniele =)

    Fiquei um bom tempo olhando essa lindeza do Steve Roger antes de vir aqui comentar sobre a resenha rs...
    Então eu ainda nem terminei a série dos Olimpianos do tio Rick e confesso que não fiz isso de preguiça XD.
    Acho legal que o autor em cada série aborde uma mitologia diferente. E como amo a Nórdica essa já está na minha lista *-*

    Beijos e um ótimo feriado;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary

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  3. Olá Daniele,tudo bem?
    Como você disse, mais ou menos, lá no início eu também amo Percy Jackson mas fiquei saturada do autor com a série Os Heróis do Olimpo, apesar de ter lido quase todos os livros, e por isso não dei muita bola pra esse livro quando soube da sua existência. Sua resenha me surpreendeu positivamente, mas não sei se estou preparada pra voltar a ler algo do Riordan.
    Ps: Referências, quem não as ama haha?
    Bjs!

    Por Livros Incríveis
    www.porlivrosincriveis.blogspot.com.br

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  4. Serio que você não curtiu Herois do Olimpo? Eu curti os dois primeiros, mas ainda não terminei. Adoro a escrita do Rick, os livros dele podem até ter estruturas parecidas mas são bem divertidos! Esse livro já esta na minha lista.

    Abraços.
    aressacaliteraria.blogspot.com

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  5. Oi, Dani, tudo bem?

    Eu nunca me interessei nos livros do Rick Riordan. Não gosto muito de mitologia. Eu tive uma boa experiência esse ano com Rebirth - Os Novos Titãs, um livro nacional que fala sobre várias mitologias, inclusive a nórdica. Mas não é um gênero que chame muito minha atenção.
    Deve ser bem chato mesmo se decepcionar com um autor que vc gosta como aconteceu com você em Heróis do Olimpo, mas parece que a chama voltou a se acender, né? :) :D

    Beijo
    - Tamires
    Blog Meu Epílogo | Instagram | Facebook

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  6. Oi Dani,
    Eu já li Percy Jackson e terminei a saga, sabe quando não sinto a necessidade de continuação?
    Acho que esse livro não me agradaria tanto, mesmo sendo fã de mitologia grega.
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br/

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  7. Olá, Daniele.
    Nem me fale das adaptações do Percy. Foram as piores que vi até agora. Mas diferente de você eu gostei da continuação. E o meu preferido do autor é a trilogia As Crônicas dos Kane. Eu quero ler essa nova série, mas vou esperar lançar todos para começar. Tenho uma raiva de comprar os livros maior caro depois que lançam todos eles vendem todo pelo preço de um aff.

    Blog Prefácio

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  8. Reconheci o autor logo pelos livros do Percy! Hehe~
    Apesar de tudo, não sei não, viu? Continuações raramente me atraem, algumas até me parecem desnecessárias, mas talvez eu tire um tempo pra ler essa. Quem sabe, né? Até porque eu estou amando mitologia, e esse universo é meio novo pra mim, conheço apenas desde o meio do ano passado.

    http://kawaiipeoplemarydk.blogspot.com.br/

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