Resenha: O Ceifador - Neal Shusterman

sexta-feira, 23 de junho de 2017
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem por fim à uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - um papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a "arte" da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão - ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais -, podem colocar a própria vida em risco. 






❤ Autor:  Neal Shusterman   ❤ Páginas: 448     Editora: Seguinte


Neal Shusterman é um simpático autor de ficção científica e distopia que, pouco a pouco, vem conquistando com seus livros um lugar cativo no coração dos leitores e também em nossas estantes. Suas histórias são conhecidas pela originalidade empregada, o autor foge do convencional, agregando às suas tramas um toque mais macabro e único, e sua narrativa, carregada de cenas de ação e reviravoltas inquietantes, conseguiram me prender de imediato, me deixando com muita vontade de ler as outras séries do autor (todas com valoração bastante alta no Goodreads).

O Ceifador não poderia ter uma proposta mais interessante. Quando a humanidade venceu a morte, o mundo alcançava a perfeição. A Nimbo Cumulo, uma grande rede de dados, controla países inteiros, com perfeição e sem falhas. Os antigos governantes corruptos passaram a ser parte apenas dos velhos livros de história sobre a terrível Era da Mortalidade, quando o ser humano era obrigado a enfrentar guerras, pestes, fome e a morte mesma. 
Em substituição à morte e até mesmo ao inevitável destino final que acometia aos humanos da Era da Mortalidade, o mundo assistiu ao surgimento da Ceifa, um grupo de nobres homens e mulheres que possuem uma única missão: ceifar vidas, garantindo assim o equilíbrio da sociedade. 
A figura do Ceifador passou a ser temida, respeitada, cultuada. Um Ceifador parece estar acima do bem e do mal e suas decisoes jamais sao questionadas. A Ceifa é totalmente independente e nem mesmo a Nimbo Cúmulo, governante geral do mundo, pode interceder nos assuntos relativos à Ceifa e aos Ceifadores.

Quando Citra e Rowan, dois adolescentes bastante diferentes entre si, sao escolhidos pelo ceifador Michael Faraday  como seus aprendizes, nenhum dos dois parece disposto à aceitar a missão. Porém, a garantia de imunidade às suas familias enquanto durar o treinamento termina por convencer à ambos. 
Quando o destino da Ceifa começa a ser corrompido por um grupo de ceifadores impiedosos, Citra e Rowan deverão escolher muito bem qual caminho cruzar, pois em um mundo de prestigio e poder aonde nem mesmo a morte é capaz de surpreender-nos, a traição cobra um preço alto.

Narrado em terceira pessoa, os capitulos estão intercalados entre Citra e Rowan, que, num primeiro momento parecem nao possuir nada em comum, porém, pouco a pouco o leitor pode acompanhar como se forma um vinculo de amizade, fidelidade e cumplicidade entre os dois jovens, à medida que seus caminhos parece tornar-se mais perigoso e mortal.
E com esse universo por vezes cruel, e por vezes nebuloso, Neal Shusterman nos faz questionar sobre a verdadeira lealdade, e os limites da corrupção e maldade humanas quando somos capazes de ultrapassar todos os limites. 
A originalidade do autor é alucinante. Neal nos surpreende à todo o instante apresentando-nos uma sociedade altamente organizada, mas ao mesmo tempo à ponto de sucumbir justamente por conta de sua própria perfeição. 

Recomendo O Ceifador para todos, gostem ou não de distopias. É sério mesmo! O tema abordado é demasiado interessante como para deixar passar, además, é impossivel nao ficar curioso para desentranhar os segredos assustadores que pode haver por trás da Ceifa. 
Um livro que nos convida a refletir sobre a perfeição da sociedade que tanto buscamos e nos faz perceber que, às vezes, ter o controle absoluto pode significar também a própria ruína. 
Imperdível e altamente recomendado, espero ansiosa pela segunda parte dessa trilogia empolgante.



Alice Duarte
25 invernos, Mãe de dois, Casada, Leitora compulsiva, Drama queen, Fashion victim, Coffee addict, Intento de blogueira. Autora do blog Um Blog Litteraire.

4 comentários:

  1. Oi Alice
    Menina eu já queria ler este livro e agora vc me deixou mais empolgada, parece ser um enredo bem diferente e curioso. Eu adoro distopias, mas este livro de modo especial chama muito minha atenção, quero ler já.

    Beijinhos
    http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

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  2. Oi Alice,
    Esse não seria um livro que eu compraria pela capa, ou título, ou até sinopse, rs.
    Confesso que nada me chama a atenção, porém após MUITOS MUITOS E MUITOS elogios, comecei a ficar curiosa. Estão todos falando sobre ele! Talvez eu dê uma chance.
    Beijos
    https://estante-da-ale.blogspot.com.br

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  3. Oi Alice! Só leio críticas positivas desse livro! Eu fiquei interessada mesmo não gostando tanto de distopias e já li um livro do autor e gostei bastante!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  4. Olá, tudo bem? Esse livro parece ser muito bom, tenho vontade de lê-lo. Adorei a resenha, valeu pela dica! :)

    Beijos,
    Duas Livreiras

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