Resenha: A Maldição do Vencedor - Marie Rutkoski

sexta-feira, 24 de março de 2017
Kestrel quer ser a dona do próprio destino. Alistar-se no Exército ou casar-se não fazem parte dos seus planos. Contrariando as vontades do pai - o poderoso general de Valória, reconhecido por liderar batalhas e conquistar outros povos - a jovem insiste em sua rebeldia. Kestrel acaba comprando um escravo em um leilão. O valor da compra chega a ser escandaloso, e mal sabe ela que esse ato impensado lhe custará muito mais do que moedas valorianas. O mistério em torno do escravo é hipnotizante. Os olhos de Arin escondem segredos profundos que, aos poucos, começam a emergir, mas há sempre algo que impede Kestrel de tocá-los. Dois povos inimigos, a guerra iminente e uma atração proibida... As origens que separam Kestrel de Arin são as mesmas que os obrigarão a lutarem juntos, mas por razoes opostas. A Maldição do Vencedor é um verdadeiro triunfo lírico no universo das narrativas fantásticas. Com sua escrita poderosa, Marie Rutkoski constrói um épico de beleza indômita. 

❤ Autor: Marie Rutkoski   ❤ Páginas: 328     Editora: V&R Editoras (Plataforma 21)

A Maldição do Vencedor foi, com certeza, um dos livros mais lidos, comentados e elogiados pela blogosfera durante o ano de 2016. Não é para menos. Se trata de uma distopia com uma ambientação interessante, personagens fortes e carismáticos e uma história de amor pausada, que pouco a pouco envolve o leitor.
O livro trata de uma guerra entre dois povos distintos: os herraníes e os valorianos. Um fato que gostei muito foi que os grandes vencedores da guerra, os valorianos, não são necessariamente reconhecidos por sua inteligencia ou nivel intelectual. Na verdade, os valorianos são apenas conquistadores de terra, invasores brutais, amantes da guerra, do sangue e dos duelos. Porém, a filha do general mais importante, Kestrel, é bem diferente de seu proprio povo. Na verdade, Kestrel bem poderia conviver com os herranies ja que ela se interessa muito mais por questões intelectuais e artísticas do que a guerra e o exército. Embora o grande objetivo de seu pai seja converter a filha em uma oficial do exército, como ele, Kestrel tenta resistir à ideia como pode. 

Os herranies, apesar de seu nivel intelectual, após a guerra ficaram reduzidos à meros escravos, sem chances de defender-se. Foram despojados de seus bens, viram suas vidas serem arrasadas pelos bárbaros valorianos e suas casas e propriedades serem tomadas pela nobreza valoriana. 
Arin é mais um entre tantos escravos. Ele sabe muito mais do que aparenta saber, mas esconde seus talentos, pois nesse mundo de repressão, destacar-se demasiado nem sempre é uma boa opção.
Quando lady Kestrel, atraída pela qualidade de ferreiro do escravo, consegue comprá-lo em um leilão, nenhum deles imagina que entre o escravo e sua dona poderá nascer uma amizade. E o improvável aos poucos vai ocorrendo, enquanto Kestrel e Arin começam a se apaixonar, em um mundo em que viver esse tipo de amor é completamente contrário às regras. 



E como se fosse pouco, uma revolução violenta está sendo preparada. E Arin e Kestrel estão intimamente ligados à essa guerra. Cada um deles possui uma motivação, um ideal que os convida à lutar por seus povos e isso pode significar lutar em lados opostos.

No contexto atual, temos distopias, fantasias e até mesmo romances juvenis para todos os gostos e cores. É muito difícil destacar-se com uma história única. Como ja disse muitas vezes, a pluma do autor é o que vem marcando a diferença entre um best seller e um trabalho mediano. E Marie Rutkoski, uma autora até então desconhecida pra mim, consegue transformar uma história que poderia, em sua premissa inicial, ser parecida à tantas outras, em uma novela única e intensa.



Kestrel é um personagem que desde o principio encanta ao leitor. Ela não é a tipica garota indefesa ou demasiado inocente de distopias. Kestrel é bastante inteligente, articuladora, até mesmo calculista. É um personagem astuto, que surpreende ao leitor, e que apesar de ser uma mulher forte, possui um lado extremamente feminino, delicado e doce. Essa mezcla de doçura, inocência, inteligência e perspicácia na medida certa fazem de Kestrel uma protagonista muito cativante.
Devo reconhecer que, comparado à Kestrel, Arin acaba ficando em secundário. Em sua defesa posso dizer que no principio o pobre guri não tem tanto destaque, ademas, os primeiros capítulos retratam alguém demasiado sorrateiro e misterioso, deixando o leitor sempre com duvidas se Arin é de confiar-se ou não.

Além desse par protagonista, teremos um rol de personagens secundários que despertam a curiosidade do leitor. Nessa primeira parte caberia destacar o pai de Kestrel e também Tramposo, o subastador de escravos. Há também os amigos de Kestrel, Ronan e Jess, que apesar de não serem demasiado interessantes, possuem importância pois são eles que representam melhor o que significa viver e ser parte da aristocracia valoriana. 



Como já ressaltei, a ambientação é muito interessante, pois embora o livro não especifique uma época, dá-se a entender que poderia ser uma historia com ares medievais, ja que a comunicação ainda se dá através de cartas e pombos correio e os navios e carruagens ainda são os meios de transporte. 

A narrativa é muito viciante, a história evolui mais e mais a cada capítulo, o ritmo não decai em nenhum momento e há diversos giros argumentais que deixam o leitor bastante curioso para conhecer a segunda parte dessa trilogia tão magistralmente escrita. 

A Maldição do Vencedor resultou por ser exatamente o que esperava que fosse, uma história sobre amor e vingança, que permite ao leitor pouco a pouco descobrir as motivações por detrás de cada personagem. Uma distopia cheia de detalhes e surpresas, com personagens peculiares extremamente inteligentes, uma ambientação fascinante, com uma narrativa ágil que nos permite ler o livro em uma sentada.


Alice Duarte
25 invernos, Mãe de dois, Casada, Leitora compulsiva, Drama queen, Fashion victim, Coffee addict, Intento de blogueira. Autora do blog Um Blog Litteraire.

9 comentários:

  1. Primeiro: que fotos mais lindaaaaas <3 segundo, adorei sua resenha, gostei dos pontos que destacou desse livro, começando pela personagem forte, parece uma história muito boa e com certeza lerei!

    http://www.leitorasvorazes.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Oie
    Que capa maravilhosaaa. Vi muitos comentários sobre este livro e fiquei bem curiosa. O enredo parece ser ótimo, adoro distopias.

    Beijinhos
    http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. Oi Alice,
    Eu adoooooro esse livro!
    Não vejo a hora de ter a continuação em mãos, foi uma distopia que me conquistou depois de uma sequencia de desastres,rs.
    Ah, e a capa é maravilhosa!!!!
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

  4. Hey querida! :D
    Eu ti doidinha por essa capa nna minha estante - xonei ja pela capa mesmo #soudessas
    uia e o romance meio que proibidão é interesssante hein
    e sr distopia ainda... com romance! <3 Adoro!
    Quero muito ler
    Ela é boa, viu, escreve bem sim! HEHEHE essa no caso é bem danadinha viu HAHAHA mas é interessante.. .Aproveita que esse é nai faixa ;)

    beijocas!

    Pâm - www.interruptedreamer.com

    ResponderExcluir
  5. Oie Alice, tudo bem?

    Olha, esse livro tinha saído da minha lista de desejos, mas após a sua resenha, ele acabou de voltar haha. Tenho lido muitos new adults recentemente, e quero muito sair da minha zona de conforto, conhecer autores novos! Eu amei a sua resenha e cada aspecto positivo e negativou me convidou a ler!
    PS: Suas fotos estão maravilhosas <3

    Com carinho,
    Ana | Blog Entre Páginas
    www.entrepaginas.com.br

    ResponderExcluir
  6. Hey, Alice!
    Ai, fiquei tão feliz que leu e gostou de "A Maldição do Vencedor"!
    Atualmente, essa é minha trilogia favorita, então pensa em uma alegria quando mais alguém lê e ama?! rs. Ao contrário do que parece, conheço muita gente que não gostou muito do livro e fiquei meio sozinha, curtindo a hype por essa história fascinante. É bom saber que mais alguém pensa como eu!
    A Kestrel é uma personagem única e especial né? Costumo dizer que tudo nessa trilogia é extremamente original. Até os personagens. Não se encontra nada parecido com outros personagens/histórias. Pelo menos, ao meu ponto de vista de fã incondicional haha. Okay, sou parcial! rs.
    Adorei sua resenha e detalhismo quanto a escrita e o desenvolvimento da história, sem contar muito sobre o enredo. Se eu ainda não tivesse lido, com certeza leria pela sua resenha.
    P.S.: Amei as fotos. Estão lindíssimas!
    Mil beijokas - Entre um Livro e Outro

    ResponderExcluir
  7. Oi Alice!
    Caramba,conseguiu me deixar com vontade de ler.Quando ele foi lançado fiquei com a sensação de que seria uma distopia que nem as outras,então acabei nem me interessando,mas vendo a quantidade de elementos da história,comecei a ficar com vontade.
    Vamos ver se esse ano leio.
    Parabéns pela resenha e pelas fotos que estão muito bonitas!
    Beijos!

    http://livreirocultural.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  8. Oi, Alice!
    Fiquei feliz que você gostou do livro. Como temos gostos parecidos, com certeza vou gostar também. Eu tenho uma amiga que vive me indicando esse livro.
    Beijos
    Balaio de Babados

    ResponderExcluir
  9. Oie, tudo bom?
    Faz muito tempo que quero ler esta trilogia, vejo muitos elogios por aí a respeito. Adoro protagonistas femininas fortes, e como você descreveu ainda mais neste período, onde as mulheres eram inibidas. Confesso que dei uma pausa nas distopias, mas esta me chamou a atenção. Adorei a sua resenha e os pontos que você ressaltou. E as suas fotos ficaram maravilhosas! Parabéns!

    Bjux ;)
    Entrelinhas

    ResponderExcluir

 
© Blog Resenha Atual - janeiro/2016. Todos os direitos reservados.
Criado por: Maidy Lacerda Tecnologia do Blogger.
imagem-logo