Resenha: A Joia - Amy Ewing

sexta-feira, 7 de julho de 2017
A JoiaJoias são sinônimo de riqueza, são sinônimo de encanto. A Joia é a própria realeza. Para garotas como Violet, no entanto, a Joia quer dizer uma vida de servidão. Violet nasceu e cresceu no Pantano, um dos cinco círculos da Cidade Solitária. Por ser fértil, Violet é especial, tendo sido separada de sua família ainda criança para ser treinada durante anos a fim de servir aos membros da realeza. Agora, aos dezessete anos, ela finalmente partirá para a Joia, onde iniciará a sua vida como substituta. Mas aos poucos, Violet descobrirá a crueldade por trás de toda a beleza reluzente - e terá que lutar por sua própria sobrevivência. Quando uma improvável amizade oferece a Violet uma saída que ela jamais achou ser possível, ela irá se agarrar à esperança de uma vida melhor. Mas uma linda e intensa paixão pode colocar tudo em risco. Em seu livro de estréia, Amy Ewing cria uma rede de intrigas e reviravoltas na qual os ricos e poderosos estão mais envolvidos do que se possa imaginar, e onde o desejo por saber o destino de Violet manterá o leitor envolvido até a última página.  
❤ Autor:  Amy Ewing   ❤ Páginas: 352     Editora: Leya


A Joia é uma trilogia que já há algum tempo me chamava a atenção. Quando a V&R Argentina anunciou por aqui a publicação da terceira e última parte da trilogia me animei ainda mais a dar uma oportunidade à essa história, no entanto, admito que não tinha demasiadas expectativas. Em um primeiro momento, seja pela capa, seja pela premissa inicial, se pode notar facilmente a semelhança dessa saga com outra famosa série, A Seleção de Kiera Cass. e era justamente essa semelhança com A Seleção (uma saga que não me encantou completamente embora, admito, tem bons momentos) que me deixava com o pé atrás. 
Felizmente, A Joia consegue se afastar bastante da história de Kiera Cass no decorrer das páginas. Amy Ewing soube trazer-nos uma história diferente, com uma sociedade peculiar que apresenta ao leitor à todo o momento revelações inesperadas e segredos, à primeira vista, confusos. 

A Cidade Solitária é um território dividido em zonas. A Fumaça, Fazenda, Pantano, O Banco e, finalmente, A Joia, a parte privilegiada, onde vive a nobreza. 
Por circunstancias misteriosas, as mulheres da Joia se tornaram incapazes de gerar filhos. A maioria das crianças nascidas da aristocracia, nasceu defeituosa ou, morreu ainda nos primeiros anos de vida. Se tornou impossível aos habitantes da Joia gerar filhos saudáveis. 
Curiosamente, fenômeno oposto ocorre no Pantano, a região mais pobre da Cidade Solitária. 
Algumas das meninas nascidas no Pantano nasceram com dons especiais, os chamados Auguries e, por meio destes dons são capazes de conceber não apenas filhos saudáveis, mas também perfeitos. Desta maneira, a poderosa realeza descobriu que poderia usar essas meninas como Substitutas, emprestando seus corpos para que possam ser usados para conceber filhos perfeitos para os habitantes da Joia.
Assim, as meninas são submetidas desde tenra idade à testes para descobrir se são portadoras dos Auguries e aquelas que, como Violet Lasting, são portadoras dos dons, são levadas de suas familias, exiladas até atingir a idade fértil e, então, leiloadas aos habitantes da Jóia, que não se importam em pagar preços altos para ter o privilégio de possuir uma substituta que poderá gerar um herdeiro ou herdeira para alguma poderosa familia.
Violet, assim como outras meninas, teve seu nome, sua identidade e seu passado apagado. Agora ela é apenas a garota número 197, e após o leilão, se tornará propriedade. Quando a poderosa Duquesa do Lago a compra, Violet não sabe bem o que esperar da nova vida. 
Luxo, riqueza, jóias, vestidos caros e festas glamourosas farão parte da rotina de Violet à partir deste momento porém, Violet sabe que é apenas uma propriedade, usada para conceber um filho e após isso, descartada, sendo enviada à reclusão em uma terra desconhecida. 
O grande problema é que durante sua jornada na Joia, Violet descobrirá que nem tudo é tão simples e que há segredos ocultos prontos para sair à luz, revoluções sendo preparadas e, um aterrorizante movimento que coloca em risco não apenas a sobrevivência das substitutas como Violet, mas também divide uma sociedade poderosa que, no entanto, pode estar à beira de um colapso. 

Sei que a sensação ao ler a premissa de a Joia é certamente a de um deja-vu. "Ei, eu ja vi isso!" ou "vaya, isso parece com aquele outro livro". No entanto, apesar das semelhanças com algumas outras distopias já lidas e discutidas em diversos blogs, Amy Ewing conseguiu trazer-nos uma história envolvente, com personagens únicos e com muitos pontos originais e imprevisíveis. 
Violet, a protagonista, é uma mocinha forte e decidida. Ela não tem medo do desconhecido, e é uma defensora leal dos seus. Há um determinado momento em que a personagem exaspera, pois quer se portar como um modelo de mártir, atitude bastante comum em protagonistas de distopias, porém, em um contexto geral, acompanhar a trajetória de Violet foi bastante interessante. 
Há outros personagens que, em principio aparecerem de maneira secundária e aos poucos adquirem importancia, eu realmente gostei da maneira como a autora consegue inserir cada personagem sem permitir que o leitor possa prever de antemão as intenções reais de cada um. 
Há muitos segredos para serem revelados e no universo fascinante e perverso criado por Amy Ewing, o inesperado parece ser sempre um fato constante. 
A Joia não é um romance. É uma distopia, no sentido mais literal. A ambientação é rica em detalhes, e a narrativa possui um ar obscuro, garantindo sempre um toque de mistério.

Algo que realmente não me convenceu nesta primeira parte foi justamente o romance. Forçado, precipitado e sem sentido. A maneira como a relação de Violet e Ash se desenvolve me pareceu um pouco surreal e apressada, como se a autora não quisesse realmente se focar no casal. O romance, para dizer a verdade, é desnecessário nesta primeira parte e ficou a sensação de que fica sobrando na historia, dando a impressão de ter sido inserido por pura casualidade. Ainda teremos mais dois livros adiante, e pode ser que nos próximos o amor de Violet e Ash termine por me encantar, mas, até o momento, não chega a ser um casal que realmente tenha deixado marca. 

Embora não tenha muitas cenas de ação, A Joia é um livro carregado de suspense, que mantém o leitor pegado ás suas paginas justamente por conta do clima tenso e conspiratório que parece prevalecer nas páginas dessa historia. 
O final, bastante dramático, me pareceu adequado porém, falta emoção. Os fatos acontecem muito rápido no final e algumas coisas ficam sem explicação. Ainda assim, a autora consegue deixar um gancho interessante para a segunda parte, A Rosa Branca.

Resumindo, A Joia foi muito mais do que eu esperava, e certamente possui o mérito de sua autora conseguir trazer-nos uma historia nova e original apesar das semelhanças iniciais com outra trilogia famosa. Um livro que se lê rapidamente e que apresenta uma sociedade poderosa com ideais egoistas e distorcidos que, por muitos momentos, surpreende o leitor e nos deixa ávidos por descobrir mais deste peculiar universo criado por Amy Ewing.



Alice Duarte
25 invernos, Mãe de dois, Casada, Leitora compulsiva, Drama queen, Fashion victim, Coffee addict, Intento de blogueira. Autora do blog Um Blog Litteraire.

7 comentários:

  1. Oi Alice! Eu ainda não li, mas gostei de saber que a autora se afasta bastante de A seleção, se fosse bem parecido eu acho que não me interessaria para ler. Mas pela resenha, parece ser uma boa leitura!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  2. Oi Alice,
    Tenho esse livro no kindle. Sou apaixonada pela capa e pela premissa.
    Quero muito conhecer a obra, tenho um certo receio pelo romance, eu busco isso quando leio uma distopia, mas acho que vale a pena investir um tempo para conhecer a história.
    beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br/

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  3. Oii
    eu tenho o e-book desse livro no aplicativo do kindle, depois de ler essa resenha mega fiquei interessada na leitura, parece ser legal e é bom saber que a protagonista é forte.

    momentocrivelli.blogspot.com.br

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  4. Que sociedade doida a desse livro, né? Fiquei com dó de todas as crianças que nasciam sem o dom e iam ser exiladas. Parece mesmo uma junção de várias distopias, mas após uma quantidade tão grande de distopias que foram lançadas, acho difícil não passarem a ter um toque semelhante mesmo. O romance num geral costuma ser desnecessário em distopias, fazem só pra dar um ar diferente pra história, mas ainda assim, alguns pecam bastante, como achei que foi com Jogos Vorazes. Uma pena que em Joia o romance também não convenceu!

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br

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  5. Aiiii que medo! Eu li um livro onde as mulheres eram tratadas de maneira parecida e apesar de ter sido uma leitura muito difícil por tudo que as mulheres enfrentavam foi uma história muito boa! Eu nunca dei muita atenção para esse livro em questão, mas vou pensar mais a respeito, pois agora bateu aquela vomtadezinha de ler...

    Beijos
    - Tami
    http://www.meuepilogo.com

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  6. Oi Alice! Nunca reparei muito nesse livro, apesar da capa ser bem bonita...
    Gosto bastante de A Seleção, apesar das falhas, então essa leitura tem potencial pra mim! Ótima resenha!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  7. Olá, tudo bem? Essa capa linda sempre me chamou a atenção, mas ainda não pude comprar o livro... Adorei sua resenha e minha vontade de ler a obra só cresceu!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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